Remédio “caseiro” para a ala: é possível?

Sei que, desde a saída de Bruce Bowen, o San Antonio Spurs jamais encontrou um ala que se encaixe no esquema do time – ele tem de ser bom defensor e ter um arremesso de três pontos confiável. Sei que os torcedores da equipe detestam o Richard Jefferson. Sei que os torcedores sonham com alguns agentes livres para a ala na próxima temporada (como Grant Hill, Jeff Green, Shane Battier e Tayshaun Prince; pretendo falar sobre eles futuramente, em outras colunas). Mas será que existe a possibilidade da franquia encontrar um remédio “caseira” para o problema?

"Queremos jogar, Pop!" "É, magoei!"

Para responder a essa pergunta, começo lembrando de James Anderson. O jogador, ala-armador de origem, foi draftado principalmente por conta de sua pontaria nos arremessos de três pontos. Começou a temporada dividindo seus minutos entre a 2 e a 3, e, em sua estreia, empolgou os crícitos ao exercer boa defesa sobre Danny Granger. Porém, sua temporada foi atrapalhada pelo físico: o atleta conseguiu disputar apenas 26 partidas – duas como titular – e anotou, em média, 3,6 pontos (38,3% FG, 39,1% 3 PT, 78,8% FT) e 0,9 rebotes em 11 minutos por jogo. Depois que voltou do departamento médico, viu o também novato Gary Neal crescer e passar a ser um dos principais reservas do time, roubado seu tempo de quadra como ala-armador reserva. Agora, Anderson terá de suar a camisa na Summer League para ao menos ganhar minutos como alternativa para a ala.

Quem também se aproveitou do problema de Anderson foi Danny Green. O jogador foi um dos muitos testados ao longo da última campanha da equipe – como Bobby Simmons, Ime Udoka e Larry Owens -, mas foi o único que agradou, e terminou a temporada no elenco. O ala disputou oito jogos pelo Spurs no último ano, anotando em média 5,1 pontos (48,6% FG, 36,8% 3 PT) e 1,9 rebotes em 11,5 minutos em quadra. Entrou em quadra nos playoffs em quatro oportunidades e obteve médias de 1,3 pontos (33,3% FG, 25% 3 PT) e 0,5 assistências em 1,8 minutos. Tem seu contrato se encerrando nesta offseason, mas pode ter seu vínculo renovado – sinal que teria agradado Gregg Popovich.

O tal remédio pode também vir da D-League. O corpo técnico do Spurs vai avaliar Leo Lyons, destaque do Auston Toros, equipe da liga desenvolvimento filiada à franquia texana. Na última temporada, Lyons atuou em 34 jogos do Toros – 27 como titular – e anotou, em média, 14,9 pontos (48,1% FG, 39,2% 3 PT, 69,4% FT) e seis rebotes em 29,6 minutos por partida. Segundo o Project Spurs, Lyons é um jogador versátil, que pode jogar de 3 e 4. É veloz o suficiente para marcar no perímetro e sabe criar seu próprio arremesso, mas também consegue se virar com eficiência na área pintada.

Outro jogador do Toros que passará pelo crivo dos técnicos do Spurs é Lance Thomas. Na última temporada, o jogador atuou em 46 jogos da equipe de Austin – todos como titular – e obteve médias de 12,6 pontos (50% FG, 70,3% FT) e 5,5 rebotes em 29,8 minutos por partida. Novamente de acordo com o Project Spurs, Thomas tem sua envergadura como ponto forte, o que lhe permite defender com eficiência no perímetro e “roubar” rebotes de jogadores mais altos. Porém, tem dificuldades com o arremesso de longa distância.

Anderson, Green, Lyons, Thomas. Será possível que esteja aí o fim de nossos problemas? Será que a equipe pode encontrar nesta lista um jogador confiável, que possa começar a temporada como reserva de Jefferson e ir conquistando espaço aos poucos? Nos resta confiar nos excelentes olheiros da equipe texana e esperar pra ver…

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Sobre Lucas Pastore

Um dos fundadores do Spurs Brasil. Formado em Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2010, é site manager da Fifa e podcaster do Cultura Pop. Cobriu o basquete olímpico na Olimpíada de 2016 pelo LANCE!. Trabalhou também para UOL, Basketeria e mob36.

Publicado em 21/05/2011, em Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. 8 Comentários.

  1. Anderson me parece, nos jogos que vi, um bom jogador que pode ser sim um ótimo reserva na posição 3 e até ganhar mais espaço no time. Lyons, não conheço ao vivo, mas pelo que fala-se sendo versátil entre a 3 e 4 poderia ser bem aproveitado dando a chance de colocar Blair ou Bonner numa possível troca. Mas, mesmo assim, gostaria de ver um jogador com mais bagagem no lugar de RJ, se consguissemos uma boa troca para a posição, mantivessemos Anderson e Lyons como possíveis bons reservas, trouxemos Ryan Richards da Europa teríamos uma boa renovação no elenco. Ficariamos com Duncan, Spliter, Richards, Lyons (jogando na 4) e Blair ou Bonner (dependendo das trocas) como Big mans, no máximo mais um jogador nessa parte da quadra e estaríamos fechados, e para o perímetro Parker, Ginobili, Hill, Neal, Anderson, Lyons (jogando na 3) e o jogador que vier envolvido numa troca ou venha por sign-and trade. Assim sendo, com vinda de um ou dois jogadores teríamo um time, diferente do que pensa Parker, pra brigar por um título.

  2. podem chegar a ser bons reservas
    mas não da pra ser campeão com um desses como titular

  3. reservas do Jefferson? têm que ser reservas de outro qualquer. RJ não dá…

  4. Avatar de Bruno Lorscheiter Alves Bruno Lorscheiter Alves

    Eu gostei das atuações do Danny Green… Nunca compremeteu quando entrou, fez uma defesinha legal e metia umas bolinhas de 3… mas serve como reserva só… O Anderson é um cara q tem futuro, vamos ver como ele se sai essa temporada…

  5. Eu ainda acho pouco..

    Precisamos tipo de um Mickael Pietrus (explosivo, defende bem e sabe arremessar da zona morta) na 3 para começarmos a pensar grande. Falta também um defensor puro no garrafão.. até um Dan Gadzuric já quebraria um galho.. Não precisamos de GRANDES contratações.. precisamos só de jogadores com estilos específicos para tapar os buracos do elenco.. buracos esses que mataram a gte nestes playoffs..

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