Arquivo mensal: dezembro 2010

Exagerados

O clima era impressionante na quinta-feira. Grandes jogadores da NBA comentavam no Twitter sobre a partida que estava por começar. Parecia jogo sete da final da liga – talvez, em alguns aspectos, fosse até mais esperado, já que atraiu espectadores que nem gostam de basquete. A volta de LeBron James para Ohio, para enfrentar o Cleveland Cavaliers, está com certeza entre os eventos esportivos do ano, e é sem dúvidas o ponto alto da temporada 2010/2011 até aqui.

Camiseta feita para hostilizar LeBron: "O Rei Mentiroso"

Posso entender o porquê do sentimento negativo que o astro causou em Cleveland. O ala, esperança de títulos em uma cidade que amarga uma longa espera por conquistas, jamais conseguiu o anel da NBA, e anunciou que deixava de lado este projeto em rede nacional, para a ira da torcida local. Torcedor é isso mesmo, é sentimento, é paixão. Não consegue entender que seu ídolo, antes de tudo, é um ser humano, um atleta, que tem como profissão vencer – no fundo, é isso que LeBron foi buscar no Miami Heat.

Além disso, mais do que de ídolos, a NBA está carente de bad boys. Carente de vilões. A aposentadoria de Rasheed Wallace representou o fim de uma era de confusões, brigas, declarações inusitadas. Ainda temos Ron Artest em atividade, mas nessa temporada o ala anda bem comportado. Acho que David Stern conseguiu o que queria – um bando de jogadores que fingem ser comportados e não se envolvem em polêmicas. Um saco. Por isso, talvez, LeBron tenha se transformado rapidamente em vilão.

O que não consigo entender, no entanto, é como esse ódio se espalhou de tal maneira até chegar no Brasil. Conversando com amigos fãs de basquete e lendo comentários no Twitter, pude ver que nove entre dez pessoas estavam torcendo pelo Cavs. Até aí, tudo bem – torcer para o time mais fraco parece sempre ser o caminho. Mas daí a dizer – como muitos fizeram – que o tim e de Cleveland venceria o jogo pela honra de sua cidade, aí é demais. Quantos jogadores do elenco nasceram em Ohio? Provavelmente, os atletas têm mais laços afetivos com LeBron do que com o local em que jogam.

Eu confesso que torci pelo Cavs, simplesmente porque achei que seria uma festa bacana na cidade caso eles ganhassem o jogo. Confesso também que não estou entre os maiores fãs de LeBron – acho que ele toma decisões erradas nos momentos decisivos da partida, e por isso não o coloco entre os meus jogadores prediletos da NBA. Mas o acho um craque, completo e de personalidade interessante. Por isso, não consigo entender esse ódio exagerado que paira sobre o astro fora de Cleveland. Deixem The King buscar sua coroa em paz!

Spurs (16-3) vs Wolves (4-15) – Mais uma vitoria difícil

107×101

Na noite desta sexta feira, jogaram San Antonio Spurs e Minnessota Timberwolves em partida válida pela temporada regular da NBA. As duas equipes já  haviam se enfrentarado nesta temporada, com vitória na prorrogação do time texano.

Até DeJuan Blair ficou de boca aberta (Foto por: D. Clarke Evans/NBAE/Getty Images)

Vamos ao jogo. O time titular do Spurs foi o mesmo que tem iniciado todas as partidas. O primeiro período foi muito equilibrado, com as duas equipes executando bons ataques e não desperdiçando posses de bola, terminando empatado em 25 pontos para cada franquia. No segundo período o equilíbrio também se fez presente, com destaque para o duelo entre Tim Duncan e Kevin Love dentro do garrafão. Vitória parcial dos Wolves por 54 x 53.

Foto por: D. Clarke Evans/NBAE/Getty Images

No 3° período, entrou em quadra pelo time de San Antonio um velho e temido conhecido da torcida: o apagão. A equipe desperdiçava muitos ataques e ficava sem saber o que fazer na defesa, o que resultou num massacre. A parcial terminou em 32 x 18 e o placar indicava 86 x 71 para o time de Minnessota.

O quarto período começou e a equipe do Texas teria que suar para remover a situação negativa do placar; eram 15 pontos de diferença em relação ao time visitante. Conduzidos por Tim Duncan e George Hill, a equipe da casa apresentou forte marcação, fazendo com que o adversário desperdiçasse muitos ataques e, com boas assistências e pontos de Timmy, os Spurs tomaram a frente do placar faltando poucos minutos para o fim da partida para não mais perdê-la.

Destaque para o técnico do San Antonio Spurs Gregg Popovich, que deu uma de Emerson Leão invadindo a quadra e partindo pra cima da arbitragem com reclamações sobre uma jogada de Kevin Love perto da zona morta da quadra.

Destaques da partida

San Antonio Spurs

Tim Duncan – 22 pontos, dez rebotes, cinco assistências e quatro tocos

George Hill – 20 pontos

Tony Parker – 20 pontos e cinco assistências

Richard Jefferson – 15 pontos, dez rebotes e dois bloqueios

Minnessota Timberwolves

Kevin Love – 25 pontos e 18 rebotes

Michael Beasley – 28 pontos

Spurs (15-3) vs Timberwolves (4-14) – Temporada Regular

San Antonio Spurs @ Minnessota Timberwolves – Temporada Regular

Data: 03/12/2010

Horário: 23:30 (Horário de Brasília)

Local: AT&T Center

Situação do Jogo

A equipe do Texas vem de derrota fora de casa diante do Los Angeles Clippers, mas mesmo assim continua com a melhor campanha de toda a NBA. O duelo da vez é contra o Minnessota Timberwolves, que tem como principal arma seu garrafão formado por Kevin Love e Darko Milicic. No primeiro jogo entre as equipes na temporada, vitória suada do San Antonio Spurs na prorrogação fora de casa, partida que teve como destaque o argentino Manu Ginobili, que infernizou a vida da defesa do Wolves.

Confronto na temporada (1-0)

01/10/2010 – Spurs 113 @ 109 Wolves

Os comandados por Gregg Popovich tiveram dificuldades para penetrar na defesa e no forte garrafão do time de Minnessota. Manu Ginobili e Tim Duncan foram fundamentais para sacramentar a vitória nos acréscimos.

 

 

PG – Tony Parker/ George Hill

SG – Manu Ginobili

SF – Richard Jefferson

PF – DeJuan Blair

C – Tim Duncan

Fique de Olho – Esta é a terceira temporada com a camisa preta e prata do armador, que também pode jogar como ala por causa da sua boa estatura. George Hill foi muito importante na última partida. O jogador, além de atacar muito bem, tem sido o homem de confiança do técnico Gregg Popovich para tentar parar os principais pontuadores das equipes adversárias.

 

 

PG – Sebastian Telfair

SG – Wesley Johnson

SF – Michael Beasley

PF – Kevin Love

C – Darko Milicic

Fique de Olho – O pivô de Minnessota tem dado trabalho para as equipes adversárias. No último duelo contra a equipe texana, foram 32 pontos e 22 rebotes. Pode ser uma grande chance para o brasileiro Tiago Splitter mostrar que tem talento para marcar os principais jogadores de garrafão.

Spurs (15-3) @ Clippers (4-15) – Derrota inesperada

85X90

Após vencer o Golden State Warriors na terça-feira, o San Antonio Spurs teve dificuldades para lidar com o back-to-back como visitante e, na madrugada de quarta para quinta-feira, acabou derrotado pelo Los Angeles Clippers no Staples Center.

George Hill foi o cestinha do Spurs (Noah Graham/NBAE/Getty Images)

Gregg Popovich mandou à quadra o mesmo quinteto inicial de toda a temporada: Tony Parker, Manu Ginobili, Richard Jefferson, DeJuan Blair e Tim Duncan. Já o Clippers, sem poder contar com o pivô Chris Kaman, machucado, iniciou o jogo com DeAndre Jordan de titular no garrafão ao lado do novato Blake Griffin.

A partida começou muito equilibrada – e assim foi até o final. No primeiro período, as equipes alternavam-se na liderança do placar, mas sem conseguir abrir vantagem. Com isso, a parcial encerrou-se com o time de Los Angeles à frente por um ponto: 25 a 24. Foi apenas no segundo quarto que houve um certo desequilíbrio de forças, em favor da equipe angelina, que desceu para os vestiários vencendo por 48 a 40.

Ginobili lutou, mas não foi o bastante (Noah Graham/NBAE/Getty Images)

No terceiro período, assim como aconteceu contra Minnesota Timberwolves e New Orleans Hornets, os titulares do Spurs ficaram em quadra por bastante tempo para conseguir mais uma virada. Parecia que podia funcionar, já que o Spurs recuperou um pouco de terreno e entrou na parcial derradeira apenas cinco pontos atrás: 73 a 68 para o Clippers. Porém, no último quarto, o time angelino, comandado por Eric Gordon e Blake Griffin, mostrou surpreendente frieza para minar qualquer tentativa de reação e vencer por 90 a 85.

A derrota derrubou dois tabus: o Clippers não vencia o Spurs há 18 jogos – a última vitória fora em 2006 – e o time texano, que estava invicto jogando fora de casa, não ostenta mais este status. Para tentar voltar a vencer, o ainda líder da Conferência Oeste recebe o Minnesota Timberwolves na sexta-feira para dar início a uma série de seis jogos atuando no AT&T Center.

Destaques da partida

San Antonio Spurs

George Hill – 17 pontos e três roubadas de bola

Manu Ginobili – 15 pontos, seis assistências e seis rebotes

Richard Jefferson – 13 pontos e nove rebotes

Gary Neal – 12 pontos e cinco rebotes

Tiago Splitter – Quatro pontos (1-3 da quadra, 2-4 nos lances livres), um rebote, uma assistência e três faltas em 7:27 minutos

Los Angeles Clippers

Blake Griffin – 31 pontos, 13 rebotes, quatro assistências e duas roubadas de bola

Eric Gordon – 21 pontos e seis rebotes

Popovich é o técnico do mês no Oeste

O treinador do San Antonio Spurs, Gregg Popovich, foi eleito o técnico do mês de novembro da Conferência Oeste da NBA. Pelo Leste, o escolhido foi Doc Rivers, do Boston Celtics. Os dois premiados comandam as equipes que lideram suas conferências na liga.

Popovich não se conteve de tanta alegria

Popovich lidera o San Antonio Spurs a seu melhor início de temporada na história da franquia e, em novembro, chegou a alcançar 12 vitórias consecutivas. Até agora, os texanos somam oito vitórias como visitantes, sendo a única equipe invicta fora de casa em toda a NBA.

Esta foi a 11ª vez que Pop foi eleito o técnico do mês pela NBA. Com isso, ele se igualou a Phil Jackson como o treinador em atividade com o maior número de conquistas deste tipo.

Popovich venceu, em uma oportunidade, o prêmio de técnico do ano (COY). Foi na temporada 2002/2003, ano no qual comandou o Spurs à melhor campanha da liga na temporada regular, com 60 vitórias e 22 derrotas.