Os queridinhos do chefe

Quem assistiu à vitória do Brasil por 92 a 50 sobre a Venezuela neste sábado, em partida válida pela primeira rodada do Super Four, vai dormir com uma certeza: Rubén Magnano chegou. É bem verdade que é preciso conter a empolgação, pois o técnico argentino mal começou seu trabalho e estreou contra um adversário fraco. Mas foi nítida a evolução da Seleção Brasileira – que, ao meu ver, já havia começado com Moncho Monsalve – se comparada à equipe de poucos anos atrás.

Querida, cheguei!

O que mais me chamou a atenção neste dia de novidades para o Brasil, no entanto, foi a entrevista coletiva que Magnano condeceu após a partida. De acordo com o treinador, Marcelinho Huertas e Alex serão os capitães da Seleção Brasileira no Mundial, que começa a ser disputado no dia 28, na Turquia. Escolhas que mostram bem as prioridades do campeão olímpico na montagem da equipe.

Um das principais características do time que entrou em quadra neste sábado é a agressividade na defesa. E é neste fundamento que Alex deve ter ganho muitos pontos com o treinador durante o período de preparação. Na estreia de Magnano, o jogador do Brasília foi titular na ala, deixando Marcelinho Machado e Marquinhos no banco de reservas.

Dos três, talvez Alex seja aquele com menor gama de recursos ofensivos. Porém, ele compensa sendo, sem dúvidas, o principal marcador de perímetro do elenco – é, ao lado de Anderson Varejão, o grande defensor da equipe. Característica essa que deve lhe valer uma vaguinha no quinteto inicial durante o Mundial.

Se na defesa a agressividade é fundamental, no ataque Magnano quer paciência (não confundir com demora) na escolha do arremesso. Nada dos irritantes arremessos de três pontos forçados que nos tiram a paciência em partidas do NBB. É preciso inteligência – como aquela presente no armador Marcelinho Huertas.

Se neste sábado o jogador não anotou um ponto sequer, compensou com sete assistências – isso porque dividiu seus minutos com os outros armadores do elenco, Raulzinho e Nezinho. Huertas parece estar pronto para ser o comadante do ataque brasileiro.

Em uma seleção balada, que conta com quatro jogadores de NBA, Magnano levanta como bandeira dois dos mais discretos atletas do elenco. Talvez o argentino não espera que os dois, de uma hora para outra, se tornem líderes da Seleção dentro de quadra. Mas ele espera que sejam um símbolo de seu trabalho à frente do Brasil.

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Sobre Lucas Pastore

Um dos fundadores do Spurs Brasil. Formado em Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2010, é site manager da Fifa e podcaster do Cultura Pop. Cobriu o basquete olímpico na Olimpíada de 2016 pelo LANCE!. Trabalhou também para UOL, Basketeria e mob36.

Publicado em 07/08/2010, em Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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