O segredo da mágica

O San Antonio Spurs venceu ontem o Orlando Magic e voltou a encher seus torcedores de esperança. Apesar da decepcionante derrota para o New Jersey Nets – time de pior campanha da NBA -, as vitórias recentes sobre equipes como Oklahoma City Thunder, Los Angeles Lakers e Boston Celtics me fazem pensar que não é devaneio colocar a equipe texana com chances de brigar, ao menos, pela Conferência Oeste. Mas, hoje, peço licença aos leitores do blog para deixar o Spurs um pouco de lado para falar sobre o adversário da última partida.

O Orlando Magic tem hoje a terceira melhor campanha da Liga – está atrás apenas das potências Cleveland Cavaliers e Los Angeles Lakers. Em seu plantel, estão dois dos meus jogadores favoritos de toda a NBA – Vince Carter e Dwight Howard, o que faz com que a equipe seja a minha predileta na Conferência Leste. O pivô, aliás, é o último de uma escola que abusa da força física para dominar os garrafões – em uma era de alas-pivôs improvisados na posição cinco, ele deita e rola embaixo da tabela, sendo o principal responsável pelo ressurgimento da equipe, que chegou inclusive à final na última temporada.

Ao verem o grandalhão pegando rebotes à vontade e distribuindo tocos como se não houvesse amanhã, os técnicos adversários não resistem e implantam, a todo momento, dobras na marcação do pivô. Um erro, na minha opinião, já que, ao meu ver, Howard não é a principal arma ofensiva no Magic – são, sim, as bolas de três pontos. E essa arma fica ainda mais forte quando a marcação sobre o superman é dupla, já que alguém sobra livre no perimetro. Assim, Jameer Nelson, J.J. Reddick, Matt Barnes, Michael Pietrus, Rashard Lewis e o já citado Carter fazem a festa da torcida de Orlando.

Gregg Popovich está entre os técnicos que preferem dobrar sobre Howard. No primeiro embate entre os dois times, o resultado foi um verdadeiro desastre. Ontem, a tática funcionou: Howard foi eliminado após cometer a sexta falta com apenas dez pontos e seis rebotes. Porém, mesmo assim, quatro jogadores de perímetro da equipe conseguiram chegar à marca de 15 pontos. Prova que, mais uma vez, choveram bolas de três pra cima do adversário. E vale lembrar: a atuação de Manu Ginobili também fez a diferença desta vez.

Agora, só podemos voltar a enfrentar Dwight Howard e o Orlando Magic em uma possível final da NBA. É difícil, sabendo que eles têm de superar o Cavs e nós temos de bater, entre outros, o Lakers. Se acontecer, fica minha torcida para que Pop deixe Duncan se virar como pode com Howard, enquanto marca bem os quatro homens de perímetro do Magic.

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Sobre Lucas Pastore

Um dos fundadores do Spurs Brasil. Formado em Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2010, é site manager da Fifa e podcaster do Cultura Pop. Cobriu o basquete olímpico na Olimpíada de 2016 pelo LANCE!. Trabalhou também para UOL, Basketeria e mob36.

Publicado em 03/04/2010, em Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. 1 comentário.

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