O Brasil da Copa América

O técnico da Seleção Brasileira masculina de basquete, Moncho Monsalve, anunciou ontem o grupo que levará à Copa América. Marcelinho Huertas, Duda, Leandrinho, Alex, Jonathan Tavernari, Marcelinho Machado, Diego, Guilherme Giovannoni, Olivinha, JP Batista, Anderson Varejão e Tiago Splitter serão os 12 jogadores que tentarão colocar o Brasil no próximo campeonato mundial. Hoje, uso este espaço para analisar a convocação.

Na armação, não parece ser exagero afirmar que temos duas unanimidades: o fã brasileiro de basquete levaria Marcelinho Huertas para ser o titular e JAMAIS escolheria Duda como reserva. Enquanto o “europeu” se firma a cada dia mais com a camisa da Seleção, o ala-armador, que defendeu o Flamengo na última NBB, é o ponto mais controverso da convocação de Moncho.

Na cabeça do treinador, ele disputava posição com o armador de ofício Fúlvio – que jogou melhor no Super Four Eletrobrás. Talvez, nem haja tanta diferença técnica entre os dois; porém, Duda não está acostumado a produzir para o time, por não ser da posição, e, com certeza, terá dificuldades para enfrentar nomes como Arroyo, Ayuso e Prigioni na Copa América.

Eu convocaria um jovem jogador de futuro para a reserva de Huertas, preparando-o para entrar em quadra aos poucos, enquanto usaria o ala-armador do Phoenix Suns, Leandrinho, como principal opção nos minutos em que Huertas precisar descansar.

Por falar em Leandrinho, sua posição é a mais bem servida da Seleção:  ele, Alex e Jonathan Tavernari deixam o Brasil bem servido de alas-armadores. Aqui, nem uma ressalva em relação aos convocados.

Em compensação, na posição três, alguns problemas. Moncho insiste em chamar Marcelinho Machado, nome que divide opiniões – enquanto alguns o acham bom jogador, outros acham que sua falta de senso coletivo só é prejudicial ao time. Eu faço parte do segundo grupo, e nem sequer chamaria o atleta para minha seleção.

Além dele, Diego – que fez boa NBB como sexto homem do Brasília – não inspira confiança para atuar nesse nível. Pra mim, apesar dos recentes problemas que teve na Seleção, o ala Marquinhos teria lugar cativo nessa lista.

Temos também o versátil jogador Guilherme Giovannoni, que pode atuar como ala; porém, graças a suas características físicas, acho que ele rende mais quando deslocado para a posição quatro. Quem tem características parecidas com as dele é Marcus, esquecido nesta oportunidade – uma equipe com dois guards, Giovannoni, Marcus e um pivô seria interessante por proporcionar várias alternativas.

No garrafão, além dos indiscutíveis titulares Varejão e Splitter, tivemos uma série de problemas com jogadores como Murilo, Nenê, Paulão e Baby. Por isso, as convocações de JP e Olivinha tornam-se aceitáveis; embora eu não confie em nenhum para representar o Brasil. Giovannoni, pra mim, passa a ser a principal opção para a rotação no garrafão.

Mas vale ressaltar que, apesar dessa não ser minha lista dos sonhos, eu confio no trabalho de Moncho Monsalve e acredito que ele nos levará ao próximo Mundial. Quem sabe, com o retorno dos jogadores machucados, possamos, novamente, exercer um papel de destaque no cenário do basquete mundial.

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Sobre Lucas Pastore

Um dos fundadores do Spurs Brasil. Formado em Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2010, é site manager da Fifa e podcaster do Cultura Pop. Cobriu o basquete olímpico na Olimpíada de 2016 pelo LANCE!. Trabalhou também para UOL, Basketeria e mob36.

Publicado em 15/08/2009, em Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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