Arquivo mensal: julho 2009

O Spurs e suas escolhas

No “Passando a Limpo” dessa semana vamos ver um pouco mais sobre as escolhas do San Antonio Spurs no Draft desse ano. O time texano selecionou o ala-pivô DeJuan Blair da Universidade de Pittsburgh na 37ª escolha, o ala Jack McClinton da Universidade de Miami na 51ª escolha e o armador/ala-armador francês Nando De Colo do Cholet Basket, da French Pro A League, na 53ª escolha.

No artigo divulgado pouco antes do Draft, o único que foi citado dentre os  possíveis escolhidos pelo time foi o francês De Colo. Então, vamos falar um pouco mais sobre cada jogador.

DeJuan Blair – ala-pivô – Pittsburgh – 37ª escolha

O monstro DeJuan Blair (Reuters)

O "monstro" DeJuan Blair (Reuters)

O ala-pivô de Pittsburgh, DeJuan Blair, era cotado pelos especialistas para ser top 15, e por uma grande virada do destino, acabou caindo até a segunda rodada, sendo considerado assim o grande achado do Draft.

Blair jogou apenas dois anos em sua universidade. Na primeira temporada, teve médias de 11.6 pontos, 9.1 rebotes, 1.7 roubos de bola e 1.1 bloqueios em 26 minutos por partida. Na última, ele subiu para 15.7 pontos, 12.3 rebotes, 1.2 assistências, 1.5 roubos de bola e 1 bloqueio. Nos últimos dois anos, não participou de apenas uma partida no último ano. Ele foi escolhido para o primeiro time All-American da NCAA junto com Blake Griffin, Stephen Curry,Tyler Hansbrough e James Harden.

O que assustou as equipes foi o raio-x dos joelhos de Blair. Enquanto jogava pelo colegial, o ala-pivô passou por uma cirurgia nos dois joelhos, teve um longo período de recuperação, mas depois desse evento nunca mais teve problemas, até chegar os exames para o Draft. Quando os médicos olharam para seu exame viram que o jogador estava sem o ligamento cruzado anterior, os times começaram a temer dar um contrato garantido, no caso dele ser escolhido na primeira rodada, e assim ele foi ficando até chegar à escolha do Spurs. O GM R.C. Buford sabia dessa situação, mas resolveu arriscar, já que tinha um prospecto muito bom na mão. Muitos ainda não têm certeza de quão longe irá a carreira do jogador sem esse ligamento, mas até o momento seu joelho não demonstrou nenhuma instabilidade, inspirando um acompanhamento. Outra situação também que o fez cair de posição é seu peso; muitos achavam que talvez ele possa sofrer coma falta de condicionamento durante a carreira, mas antes do Draft ele perdeu 20 quilos para melhorar sua mobilidade em quadra.

Seus pontos fortes são o ótimo posicionamento embaixo da cesta, se tornando assim um grande reboteiro com mãos sólidas, e sua envergadura, que  contribui para que sua baixa estatura não seja um problema contra jogadores maiores. Blair gosta de contato físico, como visto em uma partida épica no último ano contra Hasheem Thabeet, em que fez 22 pontos e pegou 23 rebotes, mostrando que não teme enfrentar jogadores maiores e mais fortes que ele. DeJuan mostra grande paixão pelo jogo e joga com muita vontade, dando sempre 110% de si. Ele também tem um ataque sólido.

Jack McClinton – ala-armador – Miami – 51ª escolha

O 3 point shooter McClinton

O "3 point shooter" McClinton

Considerado pelos críticos um dos melhores arremesadores da linha de três pontos do último Draft, o ala-armador de Miami Jack McClinton foi uma das apostas do time com suas escolhas de segunda rodada.

McClinton iniciou sua carreira universitária na pequena Siena College, na região de New York. Lá, na temporada 2004-2005, teve médias de 13.6 pontos, 5 rebotes, 2.7 assistências e 1.1 roubos de bola em 32.3 minutos por jogo. Após o técnico de seu time ser mandado embora, o ala-armador decidiu se transferir. Foi procurado por grandes universidades, mas decidiu ir para Miami, onde teria maior tempo de quadra. Ele jogou até o último ano, quando teve seu grande momento. Além de médias de 19.3 pontos, 3.1 rebotes e 2.8 assistências, McClinton ainda conseguiu aproveitamento de 44,9% de seus arremessos de quadra e 45,3% de três pontos. Ele assim foi um dos líderes de aproveitamento em sua divisão da NCAA.

Sendo comparado a Eddie House, Jack tem a habilidade de criar jogadas pra si, conseguindo bons arremessos mesmo sobre pressão, tendo também a habilidade de receber o passe e arremessar logo. Se aproveitando da falta de outros pontuadores na sua universidade, ele mostrou grande habilidade em liderar sua equipe em seu último ano. Porém, sua altura é um problema, pois ele não consegue criar jogadas para seus companheiros como consegue para ele, sendo assim difícil colocá-lo para atuar na posição um, e, com apenas 1,85m, fica difícil ser um combo guard, podendo ter sua vida difcultada na NBA contra jogadores da posição dois maiores que ele.

Interativo – Spurs @ Thunder – Las Vegas Summer League

Melhores Momentos de Spurs @ Thunder – 16/07/2009

Entrevista com o armador George Hill após a primeira partida da Liga de Verão em Las Vegas

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Spurs @ Thunder – Las Vegas Summer League

85X76Oklahoma City Thunder

Dando continuidade às partidas da Liga de Verão de Las Vegas, o San Antonio Spurs venceu ontem a equipe do Oklahoma City Thunder. Esta foi a terceira vitória dos texanos em três jogos disputados. Para os torcedores, a boa notícia é que os quatro jogadores que devem compor o elenco principal tiveram boas atuações. A decepção foi novamente Jack McClinton, que não marcou nenhum ponto, errando os quatro arremessos que tentou.

Blair novamente teve grande atuação. (Foto de sports.yahoo.com)

O primeiro quarto da partida teve completo domínio da equipe do Thunder, apesar da ausência do recém-recrutado James Harden, que não jogou por opção da comissão técnica. O placar de 22 a 15 ao fim do período apontava a superioridade da equipe de Oklahoma.

Hill continua a liderar o time texano na Liga de Verão (Foto por  Tom Reel/Express-News)

Hill continua a liderar o time texano na Liga de Verão (Foto por Tom Reel/Express-News)

No segundo quarto, a equipe do Spurs reagiu sob comando do armador George Hill, que anotou sete pontos no período, e chegou a virar a partida, mas os adversários não deixaram os texanos abrirem vantagem e passaram a alternar a liderança no marcador. A equipes foram para o intervalo com o placar apontando 42 a 41 para o Thunder.

Na volta dos vestiários, a partida segiu disputada e com alternâncias na liderança. Restando quatro minutos por jogar, a equipe de Oklahoma conseguiu pequena vantagem, e fechou o terceiro quarto vencendo por 59 a 56.

No último e decisivo período a partida se definiu. Com cinco pontos seguidos anotados por James Gist, o Spurs retomou a liderança para não mais perder. Com Hill e Hairston inspirados, a equipe chegou a abrir 13 pontos de vantagem, e venceu o quarto por 29-17, fechando a partida em 85 a 76.

DeJuan Blair mais uma vez correspondeu às expectivas. Já conhecido como bom reboteiro, o jogador mostrou também versatilidade ofensiva. O brasileiro Marquinhos não atuou, e dificilmente conseguirá outra oportunidade na NBA.

Destaques da partida

San Antonio Spurs

George Hill – 20 pontos (7-11 nos arremessos de quadra), nove assistências, cinco rebotes e três roubos de bola

DeJuan Blair – 20 pontos (8-11 nos arremessos de quadra) e cinco rebotes

Malik Hairston – 16 pontos e 6 rebotes

Ian Mahinmi – 13 pontos (7-8 nos lances livres), 5 rebotes e dois bloqueios

Oklahoma City Thunder

DJ White – 17 pontos, cinco rebotes e seis faltas em 18 minutos

Robert Vaden – 16 pontos e três rebotes

Serge Ibaka – 15 pontos e oito rebotes

Um outro olhar – Especial Bola Presa

Olá caros leitores!

Excepcionalmente hoje, não teremos a coluna “Na Linha do 3”, como vocês estão acostumados. Ao invés disso, teremos aqui mais uma vez a coluna “Um Outro Olhar”, com mais uma participação especial. Desta vez nosso convidado é o famoso (ou nem tanto) Dênis, que, ao lado de seu amigo Danilo, é um dos criadores do conhecido blog Bola Presa. Mas chega de “lenga lenga” e de “blá blá blá” e vamos ao que ele escreveu especialmente para nós, torcedores mais odiados da NBA. Como de costume, o texto é gigantesco; mas tenham paciência, vale a pena conferir.

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Olá pessoal do Spurs Brasil. Aqui é o Denis lá do longínquo Bola Presa. Primeiro, devo falar que é esquisito demais escrever para um público que gosta do Spurs; eu sempre escrevo sabendo que qualquer piada com o Spurs dará certo, afinal todo mundo odeia o Spurs. É tão infalível quanto piada com argentino.

Bola Presa Vocês já devem saber disso, mas torcer para um time odiado é legal demais; como torcedor do Lakers e do Corinthians, eu sei muito bem disso. Os desprazeres de ouvir bobagem quando o time perde são menores do que o prazer de esfregar uma vitória na cara. E no caso da NBA pra gente aqui no Brasil ainda ter um time odiado significa mais uma coisa, que o seu time é muito bom.

No futebol isso não funciona; inúmeros fatores históricos, culturais e regionais fazem com que um time seja odiado aconteça o que acontecer. Já na NBA não. Aqui é bem simples, a gente odeia quem ganha demais.

Vencer uma vez é “perdoável”, vencer mais de uma vez é um saco, estar sempre na briga do título é xingar a mãe dos torcedores dos outros times! Não sei explicar o porque, mas talvez venha da nossa necessidade de ter sempre os bonzinhos, os caras do mal, os alternativos, os ousados e trocentos estereótipos para romancear tudo a nossa volta. Nessa brincadeira o seu Spurs virou o vilão.

Ser vilão, portanto, significa ser um time relevante e um time vencedor. Ninguém nunca elegeria o Grizzlies como o vilão da NBA, muito menos o coitado do Clippers. Cabe a um time frio, eficiente e vencedor esse papel. Felizmente, para a próxima temporada teremos um vilão renovado. Tem coisa mais chata do que vilões fracos? O Batman é muito mais legal que o Super-Homem basicamente por causa de seus vilões muito mais interessantes, por exemplo.

Com a chegada de Richard Jefferson, Antonio McDyess, dos novatos Blair e McClinton, além da volta do Manu Ginobili, o Spurs tem elenco pra voltar para a briga do título. Se na temporada passada, mesmo dando tudo errado (mesmo sendo ano ímpar!) o time se classificou bem na temporada regular, é sinal de que só faltavam uns detalhes mesmo. Detalhes como banco de reservas e até qualidade no quinteto titular, como ficou bem exposto na série contra o Mavs, onde o Spurs só tinha chance quando o Parker brincava de treino de bandeja.

Mesmo nos anos mais áureos do Tim Duncan, quem consagrava o time eram sempre os coadjuvantes. Primeiro o cara de bobo descarregava seu arsenal de jogadas de garrafão até o outro time entrar em desespero e dobrar a marcação, então ele passava a bola e os jogos eram resolvidos pelos outros. No ano passado, os outros eram o Matt Bonner e um Roger Mason, que amarelou feio nos playoffs. Assim não dá – o Lakers não teria sido campeão se a ajuda do Kobe viesse só do Sasha Vujacic.

Vamos dar uma olhada rápida no que cada um trás para o time:

Richard Jefferson: Não tem a defesa do Bowen mas tem o arremesso de três, e é um ótimo parceiro de contra-ataque para o Tony Parker.

Antonio McDyess: É o arremesso de meia-distância que o Spurs precisa pra dar espaço para o Duncan e as infiltrações. Nunca deixou a desejar nos rebotes também.

Dajuan Blair: O homem dos braços mais longos da terra chega pra ser o Paul Millsap do Spurs. Pelo pouco que vi, é um espetacular reboteiro.

Jack McClinton: O chamam de “clone do Eddie House”. Prevejo um ataque cardíaco do Popovich até março de 2010.

Com essas quatro peças e mais o Manu Ginobili, o Spurs já tem um elenco torcentas vezes melhor que o do ano passado. Com todos na mão do Popovich, não duvido que depois de pouco tempo já estejam todos funcionando naquela máquina de basquete mecânico que o Pop e um cientista maluco criaram há 10 anos. Só acho que falta uma pecinha nessa engrenagem.

Falta alguém que libere o Tim Duncan, um dos melhores alas de força de todos os tempos, a jogar de ala de força. Pode parecer frescura minha, mas o Duncan de pivô é um desperdício gigantesco. É como ter o melhor atacante do mundo no seu time e usar ele de meia. Ou ter o melhor volante e o improvisar na zaga.

Se o cara é bom, vai jogar bem na outra posição também; é o caso do Duncan, mas não vai ser o melhor da história como era antes.

Há alguns anos até daria mais certo; o Duncan era mais rápido e mais forte. Agor,a com a idade pesando nas costas, fica mais difícil pra ele aquela vida sofrida de pivô, os pedreiros da NBA, que se degladiam em busca de rebotes e se empurram toda jogada atrás de um metro quadrado de garrafão. O arsenal ofensivo do Duncan e seu arremesso (marca registrada) na tabela pedem um jogo mais afastado, luxo que ele não terá durante muito tempo se o nanico do Blair ou o finesse do McDyess forem seus principais parceiros.

Eu sei que achar pivô por aí não tá fácil; a crise tá mals e tem gente pagando caro até pra ter pivô reserva. Mas tem algumas opções no mercado. Muito torcedor do Spurs que eu conheço vai me matar por isso, mas um dos pivôs disponíveis que liberaria um pouco o Duncan é o Francisco Elson, que já teve seus bons momentos no Spurs. Ele seria uma contratação barata e bem útil. Como opções mais jovens, o que não é nada típico do Spurs, poderiam apostar no Ike Diogu, que fechou bem a temporada passada no Kings, ou até o branquelão do Aaron Gray. Em último caso, dá até pra trazer o Nesterovic, outro conhecido da galera.

Nem sei se o Spurs vai atrás de um pivô, mas se for se torna um vilão ainda mais forte do que é. E é isso que eu e todos os que acompanham NBA fora desse blog querem: um Spurs bem forte pra gente poder odiar com gosto!

Blair assina com o Spurs

Principal novato recrutado pelo San Antonio Spurs no último draft, o ala-pivô DeJuan Blair firmou contrato com a equipe do Texas e, por isso, agora é oficialmente um jogador do time prateado. O acordo entre as partes foi fechado com facilidade, e fará com que o jovem passe os próximos três anos em San Antonio. O anúncio oficial ainda não foi feito, e devido a esse fator os valores ainda são apenas especulados.

Draftado na 37ª escolha, o ala-pivô novato DeJuan Blair conseguiu assinar contrato com o Spurs (Foto por Tom Reel/Express-News)

Draftado na 37ª escolha, o ala-pivô novato DeJuan Blair conseguiu assinar contrato com o Spurs (Foto por Tom Reel/Express-News)

O analista esportivo Jonathan Givony afirma que o vínculo com duração de três temporadas renderia cerca de US$ 3 milhões para Blair. As discussões finais entre o agente do ala-pivô e o Spurs ficam acerca de uma possível opção de renovação automática em caso de desejo do time, claúsula que deve ser sacramentada em breve.

O jogador atuou em apenas uma das duas partidas que o time disputou na Liga de Verão de Las Vegas, por precaução médica. Após operação realizada quando ainda atuava no basquete colegial, Blair não tem totais condições no joelho, e por isso deve entrar em quadra aos poucos. O problema no joelho, inclusive, foi a principal motivação para sua queda de posição no draft – o jogador era cotado como escolha TOP 15 e acabou sendo selecionado apenas na segunda rodada.