O fim do armador clássico?

O armador Steve Nash, do Phoenix Suns, anunciou que pretende se retirar das quadras em quatro anos. O veterano de 34 anos disse que pretende renovar seu contrato com o time por mais dois anos. Nash tem um vínculo contratual de dois anos junto ao Phoenix, o que lhe rende 26 milhões de dólares.
Com a aposentadoria de Nash e o fim da carreira de Jason Kidd, que parece estar cada vez mais perto, já que o jogador não é mais nenhum jovem, a NBA fica carente de armadores clássicos, jogadores que se sobressaem não pelas infiltrações ou belos arremessos, mas sim pelas assistências. Nash e Kidd talvez sejam os últimos remanescentes desse tipo de jogador na NBA. Atletas como Bob Cousy, que revolucionou a maneira de um armador jogar; Isiah Thomas, que, apesar de marcar muitos, pontos tinha média de 9.3 assistências por jogo; Magic Johnson; ou Oscar Robertson, com média de 9.5 assistências por jogo, não existem mais. Hoje, o armador joga mais pra si próprio do que para o time. Como é o caso de Allen Iverson, que tem média de 27.9 pontos por jogo, mas apenas 6.3 assistências; Dwayne Wade, que tem médias muito parecidas, entre outros.
Hoje em dia existem outras preocupações na cabeça dos atletas além do próprio basquete. Eles querem aparecer cada vez mais, ganhar mais dinheiro, serem conhecidos e reverenciados, e normalmente quem tem todos esses privilégios é quem pontua mais, quem é o maior cestinha. Isso faz com que desde criança os futuros jogadores aprendam a arremessar, infiltrar e esquecem da armação em si, do passe.
As mudanças ocorrem em qualquer esporte e não são necessariamente boas nem ruins. Mas se o armador “clássico” não fosse tão importante para NBA, por que então um jogador como Nash tem dois títulos de MVP? Em um basquete em que todos os armadores pegam a bola e querem decidir, os que se destacam são os que pensam na equipe.
Publicado em 15/10/2008, em Artigos. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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